Recursos

Suporte

Continue a série de aprendizagem

Para tornar este guia ainda mais aplicável, reunimos alguns exemplos reais de estúdios e academias parceiros do Wellhub que já adotaram ações inclusivas em seus espaços. Esses casos mostram, na prática, que é possível construir ambientes mais diversos e acolhedores com criatividade, intencionalidade e pequenas adaptações. A ideia aqui não é estabelecer um padrão único, mas sim inspirar novas ideias, reforçar o valor da inclusão no dia a dia e mostrar que todos os tipos de espaços, grandes ou pequenos, podem fazer a diferença.

Na Nossa Arena, as práticas de Diversidade e Inclusão começam pela composição da própria equipe. Desde as pessoas da recepção, da limpeza, da segurança, do bar, até as gestoras, lideranças, professoras, têm um perfil bastante diverso. Entendemos que a diversidade não acontece por acaso: é preciso sair da bolha, ampliar redes e divulgar oportunidades por meio de coletivos, grupos e contatos que fogem do nosso círculo tradicional. Essa ação deliberada é o que garante a representatividade que temos hoje.

Outra prática importante é a estrutura de banheiros e vestiários inclusivos. Criamos três espaços: masculino, feminino e um terceiro vestiário voltado para pessoas trans. Inicialmente pensado como um espaço não-binário, ele foi adaptado com base na escuta ativa da nossa comunidade. Hoje, é reconhecido como um dos poucos lugares em que muitas pessoas trans se sentem verdadeiramente seguras. Já recebemos relatos de pessoas que frequentam outras quadras, mas preferem vir até aqui para usar o banheiro – e isso mostra o impacto real que um ambiente acolhedor pode ter na vida das pessoas.

A ideia da Nossa Arena surgiu a partir de uma necessidade real que vivíamos desde 2011, quando fundamos o Pelado Real, uma escolinha de futebol feminino. Por anos, alugamos quadras em diferentes regiões de São Paulo, mas esses espaços muitas vezes não eram seguros ou acolhedores para mulheres – havia assédio, exclusão e um ambiente que não combinava com o nosso propósito. A vontade de ter uma quadra própria vinha como um sonho coletivo: um lugar onde pudéssemos treinar sem medo e com liberdade. 

Criamos a arena justamente para oferecer esse ambiente seguro, protagonizado por mulheres, algo que os espaços tradicionais não proporcionavam. Com o tempo, ela se tornou referência também para a comunidade LGBTQIAPN+, especialmente para pessoas trans, como um espaço onde elas podiam jogar, empreender e construir seus próprios projetos. Nossa Arena mostrou que é possível criar ambientes onde todos se sintam pertencentes – e mais do que isso, onde possam se inspirar e acreditar no próprio potencial.

1. Apoiar grupos minorizados com acesso gratuito ou subsidiado a espaços
   
   Na Nossa Arena, um exemplo marcante foi a oferta de horários gratuitos para uma equipe transmasculina que participou de um torneio de diversidade e não tinha condições de arcar com os custos. Pequenos investimentos como esse – seja em forma de cortesia ou parcerias – podem gerar impacto real na vida de grupos historicamente marginalizados. Oferecer acesso ao esporte também é uma forma de promover saúde, bem-estar e inclusão social, especialmente para a população LGBTQIAP+.
2. Garantir representatividade na comunicação visual
   
   A forma como uma academia se comunica importa – e muito. Mostrar, nas redes sociais e materiais de divulgação, imagens diversas de quem ocupa aquele espaço (mulheres negras, pessoas trans, pessoas com deficiência, corpos diversos) ajuda outras pessoas a se identificarem e entenderem que são bem-vindas ali. A inclusão precisa ser real, mas também visível: quando alguém se vê representado, aumenta a chance de se sentir pertencente.

Nossa Arena

A casa do esporte feminino em São Paulo! Futebol de campo, futebol society, futevôlei, beach tennis, vôlei de praia, funcional, e muito mais. Ampla área de lazer com bar e vestiários. 

Entrevista cedida pela Fundadora Júlia Vergueiro

📷 Conheça mais no Instagram @nossaarenasp